Comunicaciones Orales

CO276. CONSUMO DE CERVEJA E OBESIDADE ABDOMINAL ENTRE PARTICIPANTES DO ESTUDO LONGITUDINAL DE SAÚDE DO ADULTO - ELSA-BRAZIL

Maria del Carmen Bisi Molina1, Gabrielle Guidoni1, Taisa Sabrina Pereira1, Gustavo Velasquez-Melendez2, Nágela Valadão Cade1, Bruce Duncan3.

1 UFES, Vitória, ES, Brazil; 2 UFMG, Belo Horizonte, MG, Brazil; 3 UFGRS, Porto Alegre, RS, Brazil.

Introdução: O acúmulo de tecido adiposo abdominal apresenta associação positiva com eventos cardiovasculares, pressão arterial e alterações metabólicas. Dentre os fatores de risco para o aumentó da obesidade abdominal está o alto consumo de bebidas alcoólicas, particularmente o de cerveja. O objetivo deste estudo foi identificar associação entre consumo de cerveja e obesidade abdominal. Metodologia: Pesquisa conduzida a partir da linha de base do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto – ELSA-Brazil. Foram aferidos peso, estatura e circunferência da cintura (CC). Obesidade abdominal foi identificada quando CC maior que 88 e 102 cm para mulheres e homens, respectivamente. Variáveis socioeconômicas, de saúde e atividade física foram utilizadas na análise bivariada. Consumo de cerveja foi medido a partir de questionário estruturado com perguntas fechadas baseado no do National Center for Health Statistics. Considerou-se uma dose de álcool de 14g, o equivalente a 350 mL de cerveja. O consumo semanal de cerveja foi categorizado em quintis e aplicado o teste de Mann-Whitney para avaliação das diferenças entre os grupos. Regressão de Poisson foi usada para testar associação entre consumo de cerveja e CC. Resultados: Do total de participantes (15.065), 48% (7.238) relataram consumo de bebida alcoólica e 38% (5707) relataram consumo de cerveja. Entre os que relataram consumir bebidas alcoólicas, 17,4% eram fumantes, 59% homens, 40% na faixa etária de 45-54 anos e mais de 60% apresentavam excesso de peso. A quantidade ingerida de cerveja em doses semanais foi de 6,8±9. Homens no quinto quintil de consumo de cerveja apresentaram chance 1,05 maior (IC95% 1,02-1,08) de apresentar obesidade abdominal quando comparados aos do primeiro quintil. Entre as mulheres, a chance foi maior (1,16; IC95% 1,13-1,20). Conclusão: O consumo de cerveja foi associado positivamente com obesidade abdominal, especialmente entre as mulheres, mesmo após controle por estado nutricional, renda, escolaridade, tabagismo e atividade física.