Póster

PO002. PERCEPÇÕES SOBRE A DISPONIBILIDADE, AS BARREIRAS E MOTIVAÇÕES DO CONSUMO DE ALIMENTOS ENTRE ADULTOS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

Luara Almeida1, Patricia Jaime1

1 Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Brazil

Evidências sugerem impacto do ambiente alimentar nas taxas de obesidade, por mediadores em nível comunitário, como acesso a comércios, disponibilidade e custo de alimentos. Porém, há insuficiente compreensão sobre a interação do meio nas escolhas alimentares. Este estudo analisou a percepção de indivíduos sobre a disponibilidade e fatores relacionados ao consumo de frutas, legumes e verduras (FLV) e alimentos ultraprocessados (AUP) no ambiente em que vivem. A pesquisa qualitativa baseou-se em entrevistas com 48 adultos de ambos os sexos, selecionados por amostragem propositiva, segundo o pertencimento a 13 distritos do município de São Paulo, que contemplam diversidades socioeconômicas e do ambiente alimentar, sendo este avaliado pela densidade de equipamentos de comércio de alimentos. A pergunta norteadora foi “Como é a utilização do comércio de alimentos no bairro em que vive e como isso se relaciona ao consumo FLV e AUP?”. As definições sobre os grupos alimentares adotados baseiam-se no referencial proposto pelo Guia Alimentar para a População Brazileira, considerando as bebidas açucaradas, biscoitos recheados e salgadinhos tipo snacks como marcadores de AUP. Para a exploração das mensagens aplicou- se Análise de Conteúdo de Bardin. Sobre a disponibilidade de FLV, houve maior reconhecimento de ambientes favoráveis do que desfavoráveis, com referências aos supermercados como opções de compra destes alimentos. A percepção sobre a vasta disponibilidade de AUP nos locais estudados foi unânime. O não gostar e a falta de hábito destacaram-se como barreiras ao consumo de FLV. A preocupação com saúde configurou-se a principal motivação para consumo de FLV e também barreira para AUP. As motivações para o consumo de AUP foram mais pronunciadas do que as barreiras, expressando o gosto, fácil acesso/praticidade e presença de crianças como fatores de incentivo. Apesar da identificação sobre as características do ambiente alimentar, os determinantes individuais do comportamento alimentar desvelaram-se com maior força.