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https://doi.org/10.37527/2021.71.S1

PO 203. ESTIMATIVA DE INGESTÃO DOS ADITIVOS ASPARTAME E CICLAMATO NO BRASIL (PESQUISAS DE ORÇAMENTOS FAMILIARES 2008-2009 / 2017-2018)

Claudia Simone Cavassani1, Marina Vieira da Silva1.

1Universidade De São Paulo / ESALQ/USP, Piracicaba/SP, Brazil



Antecedentes e objetivo. A relação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o desenvolvimento de doenças crônicas tem sido cada vez mais estudada. A literatura registra evidências científicas associando aditivos alimentares, como edulcorantes artificiais, contidos frequentemente nesses alimentos, com alguns tipos de câncer. O trabalho teve como objetivo estimar a ingestão de aspartame e ciclamato, por meio da dieta da população brasileira.

Métodos. As análises basearam-se nos dados de consumo alimentar das Pesquisas de Orçamentos Familiares (2008-2009 / 2017-2018). Estimou-se a ingestão média diária de aspartame e ciclamato (per capita) conforme os valores máximos (IDA. aspartame= 40mg/kg de peso corporal; ciclamato= 11mg/kg de peso corporal) contemplados pela legislação. Foram identificados os grupos com ingestão acima da IDA e aqueles que não consumiram as substâncias.

Resultados. Considerando a POF 2008-2009, a proporção de pessoas com consumo de aspartame superior à recomendação foi de 0,01% (20 mil pessoas) e o ciclamato, 0,02% (30 mil pessoas). Não consumiram aspartame 70,14% da população (112,59 milhões de indivíduos) e, a maior proporção (95,80%;153,77 milhões) não ingeriu ciclamato. Tendo por base a POF 2017-2018, a proporção de pessoas que consumiu aspartame e ciclamato acima da IDA foi, para ambas as substâncias, de 0,01% (10 mil indivíduos). Proporções expressivas da população não consumiram aspartame (95,80%; 172,34 milhões) e ciclamato (97,95%; 176,20 milhões). Entre uma pesquisa e outra, verificou-se redução na proporção de pessoas cuja ingestão ultrapassou os limites aceitáveis para as duas substâncias, assim como aumento na proporção de indivíduos que não as ingeriram. Ainda assim, percebe-se que um contingente expressivo de pessoas pode estar rotineiramente exposto a esses aditivos potencialmente cancerígenos.

Conclusões. É fundamental buscar alternativas de equilíbrio para reduzir impactos negativos causados pela ingestão frequente e excessiva de aditivos artificiais.

Palavras-chave: alimentos ultraprocessados, aditivos alimentares, edulcorantes, câncer.