Comunicaciones - Pósters

https://doi.org/10.37527/2023.73.S1

P207/S4-P17 ATITUDES GORDOFÓBICAS SÃO DIFERENTES ENTRE HOMENS E MULHERES?

Srta. Gabriela Cristina Arces de Souza2, Dra. Maria Fernanda Laus1, Dra. Camila Cremonezi Japur2

1Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), Ribeirão Preto, Brazil, 2Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, Brazil.



Contexto: Atitudes gordofóbicas frequentemente são comuns no dia a dia das pessoas com obesidade. Porém a influência do gênero, considerando as expectativas sociais relacionadas a homens e mulheres ainda não estão bem estabelecidas. OBJETIVO: O presente trabalho buscou avaliar se atitudes gordofóbicas são diferentes entre homens e mulheres. Métodos: Participaram do estudo 359 indivíduos (295 mulheres e 64 homens), entre 18 e os 70 anos, recrutados online através da plataforma RedCap. Os indivíduos responderam um questionário sociodemográfico e depois o questionário de Atitudes Anti-Obesidade (AFAT), que possui três subescalas: “Controle do peso e culpa” (crença de que o peso dos indivíduos com obesidade está sob seu controle, em vez de ser influenciado por aspectos biológicos), “Não atratividade física e romântica” (percepção de que pessoas com obesidade são desajeitadas e inaceitáveis como parceiros românticos) e “Depreciação social e do caráter” (características socialmente indesejáveis relacionadas à personalidade dos indivíduos com obesidade e desprezo social por eles). Foi realizado um teste t-Student para amostras independentes comparando as médias da AFAT em cada um dos fatores entre homens e mulheres. Resultados: A pontuação média entre homens e mulheres foi, respectivamente, 3,50 (DP = 0,91) e 3,08 (DP = 0,75) no fator “Controle de peso e da culpa”, 2,26 (DP = 0,39) e 2,24 (DP = 0,34) no fator “Não atratividade física e romântica”, e 1,71 (DP = 0,30) e 1,62 (DP = 0,25) no fator “Depreciação social e do caráter”. O teste mostrou diferença estatisticamente significativa nos fatores “Controle de peso e culpa” (t = -3,43, gl = 340, p = 0,001) e “Depreciação social e do caráter” (t = -2,37, gl = 341, p = 0,018), mas não no fator “Não atratividade física e romântica” (t = -0,51, gl = 341, p = 0,611). Conclusão: Os resultados do presente estudo sugerem que o gênero pode desempenhar um papel importante nas atitudes gordofóbicas, principalmente nos fatores associados a atribuição de culpa e definição de caráter, resultado bastante relevante para direcionar intervenções específicas e mais assertivas essenciais para combater o estigma do peso.

Palavras chave: obesidade, gênero, gordofobia.