Comunicaciones orales

https://doi.org/10.37527/2023.73.S1

O30 CARACTERÍSTICAS DE TRABALHO E EMPREGO E O CONSUMO ALIMENTAR NO BRASIL

Sra. Marcela Mello Soares Rodrigues1, Srta. Thaís Cristina Marquezine Caldeira1, PhD. Taciana Maia de Sousa1, PhD. Luiza Eunice Sá da Silva1, PhD. Rafael Moreira Claro1

1Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brazil.



Contexto: Pessoas economicamente ativas passam em média um terço de seu tempo em atividades de trabalho e por isso, as condições e características desse trabalho tem efeitos decisivos na alimentação e saúde dessa população. Objetivo: Analisar a associação entre a posição na ocupação, as condições e características de trabalho e consumo alimentar na população adulta do Brasil. Métodos: Dados de 52.475 participantes da Pesquisa Nacional de Saúde 2019 (PNS), um estudo transversal de base domiciliar, representativo da população brasileira, foram utilizados. Analisou-se a associação entre a posição na ocupação, as condições e características de trabalho e padrões de alimentação. A Análise de Componentes Principais (PCA) foi utilizada para identificação dos padrões de alimentação. Modelos de regressão linear foram utilizados para analisar a relação entre esses padrões e a posição na ocupação, as condições e características do trabalho. Resultados: Identificou-se a existência de dois padrões envolvendo os indicadores de alimentação. Por reunir variáveis que remetem a alimentos In Natura ou minimamente processados (consumo de hortaliças, frutas e leite), o primeiro padrão foi nomeado de “In Natura”. Por reunir variáveis que remetem a alimentos processados e ultraprocessados (consumo de bebidas açucaradas, doces e lanches), o segundo padrão foi nomeado de “Ultraprocessados”. Nos modelos analisados, foi observada associação significativa (p≤0,05) apenas para empregadores (Coef. 0,173) para o padrão “In Natura”. A exposição passiva ao tabagismo no ambiente de trabalho (Coef. -0,214) foi inversamente associada ao padrão “In Natura”. Por outro lado, trabalho noturno (Coef. 0,106), exposição passiva ao tabagismo no local de trabalho (Coef. 0,152), jornada de trabalho excessiva (Coef. 0,063), demanda de atividade física intensa no trabalho (Coef. 0,157) e exposição a dois ou mais fatores de risco à saúde no ambiente de trabalho (Coef. 0,107, para exposição a dois fatores e Coef. 0,137 para exposição a ≥3) estiveram mais associados ao padrão “Ultraprocessados”. Conclusão: Ter a melhor posição na ocupação foi associado ao padrão “In Natura”. Piores condições e características de trabalho foram associadas ao padrão “Ultraprocessados”.

Palavras-chave: consumo alimentar, emprego, análise multivariada.